Plano de Estudo 5 Dias:A Preexistência Eterna de Cristo
- Rodrigo Guerra

- 16 de jul.
- 10 min de leitura
Atualizado: 29 de jul.
A doutrina da preexistência de Cristo é um dos pilares fundamentais da fé cristã, revelando a natureza divina e eterna de Jesus muito antes de Sua encarnação como homem. Compreender que Jesus não começou a existir em Belém, mas que Ele é eternamente o mesmo, sem princípio e ativo desde antes da fundação do mundo, aprofunda nossa adoração e fortalece nossa confiança Nele como Deus. Ao longo deste plano de leitura de cinco dias, exploraremos textos Bíblicos chave que desvendam essa verdade gloriosa, revelando a majestade e a imutabilidade do nosso Salvador. A Preexistência Eterna de Cristo.
Dia 1: Eternamente o Mesmo – Hebreus 13:8
Hebreus 13:8 "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente."
No primeiro dia, vamos mergulhar na afirmação poderosa de que Jesus Cristo é "o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente" (Hebreus 13:8). Esta verdade nos revela não apenas Sua longevidade, mas também Sua imutabilidade e constância ao longo de toda a história e eternidade.
A natureza humana é marcada pela mudança. Nós mudamos fisicamente, emocionalmente e até mesmo em nossas opiniões e crenças ao longo do tempo. As circunstâncias ao nosso redor estão em constante fluxo. No entanto, o autor de Hebreus nos aponta para uma âncora inabalável em meio a essa instabilidade: Jesus Cristo. A expressão "o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente" transcende qualquer dimensão temporal, indicando que Jesus não está sujeito às limitações do tempo como nós estamos. Ele existe fora do tempo que Ele mesmo criou.
Essa imutabilidade de Jesus tem implicações profundas para a nossa fé. Em um mundo de incertezas, onde tudo pode mudar, Ele permanece constante. Suas promessas não mudam, Seu caráter não muda, Seu amor não muda, e Seu poder não diminui. Se Ele curou no passado, pode curar hoje. Se Ele perdoou pecados no passado, perdoa hoje. Se Ele sustentou os santos de outrora, sustenta os de hoje. Não precisamos temer que Sua vontade ou Seu compromisso para conosco se altere.
A preexistência de Cristo é intrínseca a essa imutabilidade. Se Ele não tivesse existido antes de ontem (o passado eterno), Ele não poderia ser o mesmo hoje e eternamente. A afirmação de Hebreus 13:8 não é apenas uma declaração sobre a fidelidade de Jesus no tempo, mas uma implicação de Sua existência antes que o tempo começasse. Ele é o Deus eterno, que não tem começo nem fim, e que opera consistentemente através de todas as eras. Sua essência divina, Seu poder e Sua majestade nunca se alteram. Ele é o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8), demonstrando que Seu plano de salvação já estava em vigor antes de qualquer evento histórico.
Este versículo é o pilar que sustenta a doutrina da preexistência, afirmando a imutabilidade de Jesus em todas as dimensões do tempo, revelando Sua natureza divina e eterna que precede todas as coisas.
"Em um mundo que muda, ancore sua fé no Jesus que permanece o mesmo para sempre."
Dia 2: Sem Princípio – Hebreus 7:3
Hebreus 7:3 "sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre."
Hoje, vamos aprofundar a ideia da eternidade de Cristo focando em Sua existência "sem princípio", como ilustrado em Hebreus 7:3, ao descrever Melquisedeque como um tipo de Cristo. Embora Melquisedeque fosse um homem, a forma como ele é apresentado nos dá uma poderosa imagem da eternidade de Jesus.
Hebreus 7:3 diz sobre Melquisedeque: "sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre." É crucial entender que o autor de Hebreus não está afirmando que Melquisedeque não teve pais ou que era literalmente eterno. Em vez disso, a genealogia e a temporalidade de Melquisedeque não são registradas na Escritura, o que o torna uma figura perfeita para tipificar a singularidade e a eternidade de Jesus. A ausência de registro de seu nascimento ou morte no texto bíblico serve para apontar para Aquele que verdadeiramente não tem princípio de dias nem fim de vida: Jesus Cristo.
Essa descrição de Melquisedeque como um "tipo" (representação, figura) de Cristo serve para ilustrar a natureza eterna e singular do sacerdócio de Jesus. Diferentemente dos sacerdotes levíticos que morriam e precisavam ser substituídos, o sacerdócio de Jesus é eterno porque Ele mesmo é eterno. Ele não tem predecessores ou sucessores, pois Seu sacerdócio é um ofício inerente à Sua própria existência divina e perpétua.
A ideia de Jesus "sem princípio" choca-se diretamente com a lógica humana que exige um começo para tudo. Mas a divindade de Jesus implica Sua existência eterna e não criada. Ele não foi "feito" ou "criado" em um ponto no tempo; Ele sempre existiu. Ele é o Criador, não uma criatura. Essa verdade é fundamental para a Sua divindade e para a Sua capacidade de ser o Salvador perfeito. Se Jesus tivesse um princípio, Ele seria limitado, sujeito ao tempo e à criação, e não poderia ser o Deus que se oferece para redimir a humanidade.
A eternidade de Cristo garante a eficácia e a permanência de Sua obra de salvação. Seu sacrifício na cruz tem poder eterno precisamente porque Ele, o Ofertante, é eterno. Seu sacerdócio, que intercede por nós diante do Pai, é ininterrupto porque Sua vida é interminável. Nossa esperança está firmada em um Salvador que não tem princípio nem fim, e cuja obra salvífica é perfeitamente suficiente para nos redimir eternamente.
Este versículo, ao descrever Melquisedeque, pinta um quadro vívido da natureza sem princípio e sem fim de Jesus, cujo sacerdócio eterno é uma das manifestações de Sua preexistência e divindade.
"Seu Salvador não teve começo; sua salvação é para sempre."
Dia 3: Suas Atividades são Eternas – Miqueias 5:2
Miqueias 5:2 "Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."
Hoje, vamos explorar como a preexistência de Cristo não é apenas uma questão de Sua existência atemporal, mas também de Sua atividade eterna, como revelado em Miqueias 5:2. Este profecia messiânica aponta para um governante que viria de Belém, mas que tinha uma origem muito mais antiga.
Miqueias 5:2 declara: "Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Este versículo é notável por duas razões principais: primeiro, ele profetiza com precisão o local de nascimento do Messias (Belém), e segundo, ele revela a natureza eterna de Suas "origens". A expressão "desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" é uma clara referência à preexistência eterna do Messias, que é Jesus Cristo.
Essa profecia é particularmente poderosa porque não fala de uma linhagem temporal que se estende por muitas gerações, mas de origens que se perdem na própria eternidade, indicando que o Messias não é apenas um descendente humano de Davi, mas alguém que já existia antes do tempo. As "origens" de Cristo não são terrenas ou históricas; elas são divinas e eternas. Isso sugere que Sua atividade não se limita ao Seu ministério terreno, mas se estende por toda a eternidade.
Se Jesus é eterno em Sua existência, logicamente Suas atividades também o são. Ele não "começou" a ser ativo em Belém. A Bíblia nos revela que Ele estava ativo na criação do universo (João 1:3; Colossenses 1:16), que Ele foi o Deus que guiou Israel no deserto (1 Coríntios 10:4), e que Ele interage com a humanidade desde o princípio. Ele não é um Deus que subitamente se manifestou na história humana, mas um Deus que sempre existiu e sempre esteve em ação.
Essa verdade nos dá grande segurança. As atividades de Cristo não são limitadas por eventos históricos ou por períodos específicos; Seu trabalho redentor e sustentador é eterno. Ele está trabalhando desde sempre e continuará a trabalhar para cumprir Seu plano eterno. Isso significa que Ele é o Deus que sempre cuidou do Seu povo, sempre interveio na história e sempre buscará redimir e salvar.
Nossa fé não está em um ser que teve um começo, mas em um Deus eterno cujas obras são desde a eternidade e que continua a operar poderosamente hoje.
Este versículo profético revela que, embora o Messias nascesse em um lugar específico e humilde, Suas origens verdadeiras são desde a eternidade, indicando Sua existência e atividade pré-encarnada.
"O plano de Deus para você é eterno, assim como o Salvador que o planejou."
Dia 4: Antes da Criação do Mundo – João 1:1 e João 17:5
João 1:1: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
João 17:5: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse."
Hoje, vamos examinar dois textos cruciais do Evangelho de João que afirmam diretamente a existência de Jesus antes da criação do mundo. Essas passagens nos revelam a participação ativa de Cristo na criação e Sua glória preexistente com o Pai.
João 1:1 declara: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." Este é um dos versículos mais poderosos da Bíblia sobre a divindade e a preexistência de Cristo. A expressão "no princípio" remete à Gênesis 1:1, mas vai além, para um tempo anterior a toda a criação. O "Verbo" (grego: Logos) é identificado como Jesus Cristo. O versículo não diz "no princípio, o Verbo começou a existir", mas "no princípio era o Verbo", indicando uma existência contínua e atemporal. A frase "o Verbo estava com Deus" mostra a distinção pessoal do Verbo em relação ao Pai, enquanto "o Verbo era Deus" afirma a Sua plena divindade. Isso significa que Jesus existia como Deus antes de qualquer coisa ter sido criada. Ele não foi criado; Ele é o Criador.
João 17:5 é uma oração de Jesus ao Pai, onde Ele diz: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse." Esta é uma afirmação explícita de Jesus sobre Sua glória preexistente com o Pai. Ele não está pedindo uma nova glória, mas a restauração da glória que Ele já possuía antes da criação. Essa glória é intrínseca à Sua divindade e à Sua existência eterna em comunhão com o Pai. A encarnação envolveu Ele "esvaziar-se" dessa glória de certa forma (Filipenses 2:7), mas Ele a possuía plenamente antes de vir à terra.
Esses versículos em João solidificam a compreensão de que Jesus não é uma figura histórica que ganhou divindade, mas o Deus eterno que entrou na história. Ele é o Arquiteto e Sustentador do universo. Essa verdade eleva nossa percepção de Sua majestade e poder. Ele não é um mediador de última hora, mas o Deus que planejou e executou a salvação desde a eternidade. Sua preexistência e participação na criação nos asseguram que Ele é totalmente capaz de redimir, sustentar e governar todo o universo.
Esses textos são afirmações irrefutáveis da divindade e glória preexistente de Jesus, revelando que Ele existia como Deus em comunhão com o Pai antes de toda a criação.
"O Criador do universo é o seu Salvador; confie Nele sem limites."
Dia 5: Antes de Abraão – João 8:58
João 8:58 "Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, Eu Sou."
No quinto e último dia, chegamos a uma das declarações mais diretas e desafiadoras de Jesus sobre Sua própria preexistência, conforme registrado em João 8:58. Esta afirmação chocou Seus ouvintes judeus, pois revelou Sua divindade de uma forma inegável.
A discussão em João 8 acontece entre Jesus e alguns líderes judeus que o desafiavam sobre Sua identidade. Eles mencionaram Abraão, um patriarca venerado, pensando que poderiam enquadrar Jesus dentro dos limites da história e da humanidade. Eles perguntam: "Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?" (João 8:57), uma forma de tentar descreditar Sua sabedoria e Suas afirmações sobre o Pai.
A resposta de Jesus é um divisor de águas: "Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, Eu Sou." (João 8:58). Esta declaração não é apenas sobre Ele ter existido antes de Abraão cronologicamente. A frase "Eu Sou" (grego: ego eimi) é a chave. Esta é a mesma expressão que Deus usou para se identificar a Moisés na sarça ardente: "Eu Sou o que Sou" (Êxodo 3:14). Ao usar "Eu Sou", Jesus não apenas afirma Sua preexistência a Abraão, mas também Sua natureza divina, eterna e autossuficiente. Ele está se identificando com o próprio YHWH do Antigo Testamento.
A reação dos líderes judeus à afirmação de Jesus revela que eles entenderam perfeitamente o que Ele estava dizendo. Eles “apanharam em pedras para atirarem nele” (João 8:59), um ato reservado para a blasfêmia. Para eles, um homem afirmando ser o "Eu Sou" era a mais alta blasfêmia, digna de morte por apedrejamento. Isso prova que Jesus estava, de fato, reivindicando ser o Deus eterno.
Essa declaração é a culminação da doutrina da preexistência. Jesus não é apenas um profeta, um mestre ou um homem bom. Ele é o Deus eterno que entrou no tempo e na história para nos redimir. Sua existência "antes de Abraão" e Sua identificação como "Eu Sou" solidificam Sua divindade e Sua soberania sobre o tempo e a criação. Isso nos dá a garantia de que Aquele que nos salvou é totalmente digno de nossa adoração e confiança.
Este versículo é uma das declarações mais diretas e inegáveis de Jesus sobre Sua preexistência eterna e Sua divindade, usando o título divino "Eu Sou", que aponta para Sua existência antes de todas as coisas.
"Seu Deus é o "Eu Sou"; Nele, sua fé encontra o eterno."
Conclusão
Ao longo destes cinco dias, mergulhamos na profunda e gloriosa verdade da preexistência de Cristo. Vimos que Ele é eternamente o mesmo, sem princípio, com origens que remontam aos dias da eternidade. Descobrimos que Ele existia e era glorificado com o Pai antes da criação do mundo, e que Ele ousadamente afirmou Sua existência antes mesmo de Abraão, identificando-se como o próprio "Eu Sou".
Compreender a preexistência de Jesus não é apenas um exercício teológico; é uma verdade que transforma nossa adoração, fortalece nossa fé e aprofunda nossa confiança. Se Jesus existia antes de todas as coisas, é o Criador e Sustentador do universo, então Ele é totalmente digno de nosso louvor e capaz de nos salvar e sustentar em todas as circunstâncias. Ele não é uma figura histórica que simplesmente apareceu, mas o Deus eterno que se fez carne por amor a nós.
Que esta jornada pelas Escrituras tenha expandido sua visão de quem Jesus realmente é. Que sua adoração seja mais profunda e sua confiança Nele mais firme, sabendo que você serve a um Salvador que é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.
Qual aspecto da preexistência de Cristo mais impactou você e como isso aprofunda sua fé?








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